domingo, 29 de maio de 2016

 Pensando na Saúde do Professor


              Ao assistir ao filme “Minha Voz, Minha Vida”, percebi nele muitas ações e atitudes que costumamos presenciar diariamente na escola. Inclusive poucos dias antes de assistir ao filme, eu e algumas colegas, em nosso intervalo estávamos falando sobre esse assunto, foram relatados casos como o do professor que mesmo em sua casa fala gritando sem se dar conta. O que considero preocupante é que a maioria considera normal e diz que não tem como agir de maneira diferente. E que para conseguir a atenção dos seus alunos é preciso gritar. Quando comecei a trabalhar esse era um dos conselhos que recebíamos das colegas mais experientes. Com o passar do tempo pude presenciar alguns professores que não precisam   fazer uso desse recurso para realizar um bom trabalho, não raro são esses que conseguem o respeito e o carinho dos alunos, mas sei que poucos fazem uso correto de ações preventivas, como aquecimento vocal, ingestão de água ao longo do dia e desligar equipamentos e  fechar portas para evitar a competição sonora,  ações estas que ao mesmo tempo que permitem ao professor falar mais baixo, evitando esforço desnecessário sinaliza ao aluno que neste momento deseja sua atenção. Considero muito importante o alerta feito através de exemplos que tão bem ilustram diferentes formas de fazer uso da voz e a possibilidade de buscar ajuda profissional de forma preventiva.
             Durante todos esses anos de trabalho, e também de estudos, tive muitas oportunidades de aprender técnicas, teorias, pensar e repensar práticas e ações pedagógicas e no bem-estar dos alunos, mas percebo agora que poucas vezes paramos para pensar no bem-estar do professor, que com frequência prejudica sua saúde durante sua jornada de trabalho, utilizando de forma inadequada, não somente a voz como vimos, mas também seu corpo. Muitas vezes nas escolas não se tem móveis e equipamentos adequados para o desempenho das atividades diárias do profissional. E diferente do que acontece em empresas, ações preventivas raramente são propostas. E quando o são como por exemplo ginastica laboral, poucos são os que participam. Às vezes dizemos que por falta de vontade. Mas esses momentos acontecem em horários que não podemos no ausentar da sala de aula, pois não tem quem substitua o professor por aqueles 10 minutos de atividade. Para que um maior número de profissionais participe, considero que deva haver um melhor planejamento e ações de motivação e incentivo a participação, para que esse tipo de ação possa se consolidar e beneficiar um maior número de pessoas.

             

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