Pensando na Saúde do Professor
Ao assistir ao filme “Minha Voz, Minha Vida”,
percebi nele muitas ações e atitudes que costumamos presenciar diariamente na
escola. Inclusive poucos dias antes de assistir ao filme, eu e algumas colegas,
em nosso intervalo estávamos falando sobre esse assunto, foram relatados casos
como o do professor que mesmo em sua casa fala gritando sem se dar conta. O que
considero preocupante é que a maioria considera normal e diz
que não tem como agir de maneira diferente. E que para conseguir a atenção dos
seus alunos é preciso gritar. Quando comecei a trabalhar esse era um dos
conselhos que recebíamos das colegas mais experientes. Com o passar do tempo pude
presenciar alguns professores que não precisam fazer uso desse recurso para realizar um bom
trabalho, não raro são esses que conseguem o respeito e o carinho dos alunos,
mas sei que poucos fazem uso correto de ações preventivas, como aquecimento
vocal, ingestão de água ao longo do dia e desligar equipamentos e fechar portas para evitar a competição
sonora, ações estas que ao mesmo tempo
que permitem ao professor falar mais baixo, evitando esforço desnecessário
sinaliza ao aluno que neste momento deseja sua atenção. Considero muito
importante o alerta feito através de exemplos que tão bem ilustram diferentes formas
de fazer uso da voz e a possibilidade de buscar ajuda profissional de forma
preventiva.
Durante todos esses anos de trabalho, e também de estudos, tive muitas
oportunidades de aprender técnicas, teorias, pensar e repensar práticas e ações
pedagógicas e no bem-estar dos alunos, mas percebo agora que poucas vezes
paramos para pensar no bem-estar do professor, que com frequência prejudica sua
saúde durante sua jornada de trabalho, utilizando de forma inadequada, não somente
a voz como vimos, mas também seu corpo. Muitas vezes nas escolas não se tem
móveis e equipamentos adequados para o desempenho das atividades diárias do
profissional. E diferente do que acontece em empresas, ações preventivas
raramente são propostas. E quando o são como por exemplo ginastica laboral,
poucos são os que participam. Às vezes dizemos que por falta de vontade. Mas
esses momentos acontecem em horários que não podemos no ausentar da sala de
aula, pois não tem quem substitua o professor por aqueles 10 minutos de
atividade. Para que um maior número de profissionais participe, considero que
deva haver um melhor planejamento e ações de motivação e incentivo a
participação, para que esse tipo de ação possa se consolidar e beneficiar um
maior número de pessoas.
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