quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sobre Crocodilos E Avestruzes



A autora Ligia Assumpção do Amaral, no texto: “Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação” fala sobre inclusão, dos preconceitos, mitos e barreiras que enfrentamos ao lidar com o diferente, faz isso através de metáforas e analogias.
Sobre ser diferente diz que “diferente” é tudo o que foge a um modelo
Para avaliar se alguém é diferente costumamos utilizar alguns critérios como critérios estatísticos, a média ou a moda, não são esses bons critérios. Critérios estrutural/funcional (biológicos) um pouco mais adequado, segundo a autora é e o critério de cunho psicossocial como o do tipo ideal, geralmente são padrões idealizados.
Alguns entraves cercam e dificultam o trabalho de inclusão. Primeiro os mitos que cercam a deficiência. Explica isso fazendo a analogia com os crocodilos. Dizendo que, se pensarmos num castelo medieval cercado por um fosso com crocodilos esses crocodilos seriam os mitos os preconceitos. O castelo seria a verdade sobre os fatos, a ponte então seria a oportunidade do encontro com a verdade.     Os Mitos mais comuns quando se fala em deficiências são generalização indevida, correlação linear, contagio osmótico. Outro entrave seriam as Barreiras atitudinais intrínsecas (preconceitos agem como filtros) procurando negar a diferença.
              Outra analogia que ela faz é a do Avestruz, que enfia a cabeça na terra para fugir dos perigos, agimos assim quando utilizamos mecanismos de defesa para lidar com as deficiências, negando ou afastando tudo que causa ansiedade, tensão, desconforto.  
             No texto também são conceituadas deficiência incapacidade e desvantagem:
Deficiência é aquilo que anatomicamente está faltando no corpo ou que a sua funcionalidade não está sendo atendida.
Incapacidade refere-se à restrição de atividades, é aquilo que se deixa de fazer por conta da deficiência.
Desvantagem refere-se à condição social de prejuízo, é o papel social que não se consegue fazer por conta da deficiência, da incapacidade, quando faltam condições de interação com o meio.  
             E o vídeo “e se fosse ao contrário” leva a refletir sobre esses conceitos, quando o ambiente é favorável, adaptado as desvantagens são reduzidas, mesmo quem apresenta deficiência, tem suas capacidades reveladas. Então é importante que se crie condições para que todos tenham oportunidades para se desenvolverem ampliando suas capacidades e potencialidades mesmo nas diferenças.
            Muitas vezes nos preocupamos com o fato de ainda não estarmos preparados para determinada situação, nos apegamos ao que nos falta deixando que isso nos limite, quando que o mais indicado seria analisar e administrar o que temos, e estabelecer metas para alcançar o que necessitamos. Como já vi acontecer na escola ao ser dada a notícia de que receberíamos um aluno deficiente. Antes de sua chegada já se havia criado um estereótipo, uma barreira, sem nem ao menos tomar ciência da real situação.
      Não há problema nenhum ser diferente, a deficiência existe e não há problema com ela. O problema é como que a gente lida com isto, devemos estabelecer o parâmetro de comparação que deve ser o motivo da nossa reflexão.  Como definimos a nós mesmos e como definimos o outro.


Referência:
AMARAL, Lígia Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando das diferenças físicas, preconceitos e superação. In: AQUINO, Julio Groppa (org.). Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998, p. 11-30.


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