O estudo da história e da cultura indígena na escola está regulamentado
por uma lei federal. Trata-se da Lei nº 11.645/2008 que cria a obrigatoriedade
do ensino da história e da cultura dos povos indígenas nos estabelecimentos de
ensino fundamental e médio do país. Podemos perguntar por que uma lei para
obrigar esse estudo? Adianta haver uma lei que cria a obrigatoriedade se são
poucos os professores preparados para levar adiante esse estudo com a abordagem
que merece? O ensino da história e da cultura indígenas nas escolas de ensino
fundamental e médio previstos na lei é um caminho no sentido da educação
intercultural? Essas e outras perguntas ocorrem cada vez que abordamos a
temática indígena e sua relação com a escola, hoje mais do que nunca, é uma
preocupação nos meios escolares e acadêmicos “conhecer para valorizar. ”
No vídeo “Olhar indígena” Daniel Munduruku, escritor da literatura
indígena para trabalhar com esta literatura, explica que o livro é um
instrumento muito importante para conscientizar as pessoas a respeito das
culturas indígenas que ainda são muitos desconhecidas muito mal compreendidas no
contesto do Brasil. Diz que tem feito um esforço muito grande para produzir
material tanto para facilitar que outros indígenas entrem no mercado editorial e
tenha com isto não apenas um ganho financeiro e principalmente um ganho
cultural. Destaca a capacidade dos povos indígenas em usarem a sua cultura a
seu favor e com isto terem um retorno de suas próprias ações. Durante muito
tempo foi promovido eventos, políticas de inserção em espaços públicos, mas que
às vezes esquece que temos um patrimônio que não é material e sim imaterial, que
são os nossos conhecimentos, aquilo que os nossos velhos guardaram na memória. E
esse conhecimento, esse saber tem sido pouco explorado por nossos povos. É
claro que para explorar é necessário que haja conhecimento e para conhecer é
preciso estudar e organizar as ideias, para que se possa ter o registro
concreto algo material em nossas mãos. Entre outras coisas a educação para
nossos povos é algo muito importante é um processo fundamental para a formação
do ser humano. A criança indígena tem por educação viver harmoniosamente com o
ambiente em que vive, a natureza a sua volta torna-se algo inseparável,
integrada de modo que ela se perceba parte do ambiente e não alguém que explora
o ambiente. Explora no sentido econômico financeiro. A educação que a criança
indígena recebe em sua comunidade não precisa de material didático, o material é
dado pela própria natureza. A criança indígena é tratada como criança não pode
ser tratada como um adulto, ou querer ser ou desejar ser um adulto. O que uma
criança precisa para viver plenamente ela precisa de espaço ela precisa brincar
e nas brincadeiras e jogos desenvolver a sua criatividade, por que é isto que
vai prepara-la para atuar como adulto.
Na fala de Daniel Manduruku
podemos refletir sobre a maneira que nossas crianças estão sendo incluídas no
mundo desde o seu nascimento. O quanto é importante respeitar as etapas de seu desenvolvimento
e possibilitar que ela viva plenamente a sua infância. Como educadores levar
para sala de aula a cultura indígena através dos jogos, brincadeiras e costumes
é possibilitar esta interculturalidade.
Referências
BERGAMASCHI, Maria Aparecida; MENEZES, Ana Luisa Teixeira. Crianças
Indígenas, Educação, Escola e Interculturalidade Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Disponível
em <interculturalhttps://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1329344>
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