Ao
saber que Música na Escola seria uma das interdisciplinas do semestre fiquei muito
curiosa e apreensiva, pois gosto muito de música, que é conteúdo obrigatório na
educação básica e que por muito tempo foi usada como um recurso. Como meio de
estabelecer rotinas, em apresentações, em datas comemorativas, como coadjuvante
nas atividades motoras ou ainda como prêmio após todas as outras atividades
serem realizadas. Em nossa primeira aula presencial experimentamos algumas
atividades que pelo que pude sentir, perceber em aula e pelo que as colegas
relataram nos fóruns, todas consideraram muito agradáveis e divertidas. Eu já havia brincado de Escravos de Jó de
outras formas, mas não em roda como fizemos na aula. No dia seguinte na escola
propus para 3 de meus alunos de 2 e 3 anos (meus alunos têm de 1 ano e 6 meses
a 3 anos, nem todos se interessam pelas mesmas atividades ao mesmo tempo), logo
aprenderam e aos poucos o grupo foi ficando maior. Agora já é uma daquelas
atividades que repetimos com frequência. Também tenho visto de maneira
diferente quando as crianças se utilizam de alguns objetos, como colheres ou
alguns brinquedos para produzir sons. O que antes parecia bagunça hoje vejo
como uma experimentação rica em significados e quando isso acontece faço
intervenções para ampliar a brincadeira. Outro dia algumas crianças começaram a
bater com peças de um jogo no chão, então sugeri marcarmos algumas sílabas de
uma música que já conheciam. Fiquei encantada com o resultado, alguns
acompanharam direitinho.
Um dos
textos que me chamou atenção foi “O canto espontâneo da criança de zero a seis
anos: dos balbucios às canções transcendentes” (PARIZZI,2006) mesmo já tendo
observado os aspectos descritos no texto, em crianças bem pequenas, não tinha
conhecimento de que eram tão carregados de significados, que obedecem um padrão
de desenvolvimento e que acontecem com todas as crianças, claro que cada um a
seu modo, e de acordo com os estímulos oferecidos. Observava
apenas como exercícios de desenvolvimento da linguagem, desenvolvimento motor ou
como uma brincadeira espontânea e não como produção musical.
O que
me deixou apreensiva no início do semestre foi que não tinha nenhum
conhecimento técnico sobre música, não sei tocar nenhum instrumento e sou uma
daquelas professoras que me identifico com a fala citada no texto: “Minha voz,
tua voz: falando e cantando na sala de aula”(BELLOCHIO, 2011), muitas vezes
digo: “não tenho dom para cantar, minha voz é feia, desafinada...” Só canto com
meus alunos pequenos e, em alguns momentos, quando estou sozinha. Algumas dicas
do texto já experimentei como gravar minha voz de diferentes formas. Entendi
que para trabalhar com música, não se faz tão necessário saber cantar, mas
saber ouvir. Não pretendo me tornar uma cantora, mas gostaria de lidar com
minha voz e com a música com um pouco mais de segurança e desenvoltura para
melhor contribuir para o desenvolvimento de meus pequenos.
O
cuidado com a voz do professor abordado pelo filme Minha Voz, Minha Vida, considerei de extrema importância para a saúde
do professor. Levei o assunto para minhas colegas de
trabalho e tenho percebido que elas estão tomando mais cuidado com o uso da voz
e eu também.
Os
conhecimentos adquiridos nessa interdisciplina com certeza farão a diferença em
minha pratica daqui para a frente. Aprendi e continuarei aprendendo. Os textos
da coletânea que já li, considerei muito ricos e sei que muito me beneficiarei
deles em minha prática profissional.
Referencias:
BELLOCHIO, C. R. Minha voz, tua voz: falando e cantando na
sala de aula. Música na Educação Básica, v. 3, n. 3, p. 56-67, 2011.
PARIZZI, Maria Betânia. O canto espontâneo da criança de
zero a seis anos: dos balbucios às canções transcendentes. Revista da ABEM,
Porto Alegre, V. 15, 39-48, set. 2006.
Minha Voz, Minha Vida. Direção Deivison Fiuza. Produção
Marcos Verdugo. Aranhas Films, 2011. https://www.youtube.com/watch?v=d9e4oHqtIXY
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