sábado, 16 de julho de 2016

Aprendendo sobre Música

Ao saber que Música na Escola seria uma das interdisciplinas do semestre fiquei muito curiosa e apreensiva, pois gosto muito de música, que é conteúdo obrigatório na educação básica e que por muito tempo foi usada como um recurso. Como meio de estabelecer rotinas, em apresentações, em datas comemorativas, como coadjuvante nas atividades motoras ou ainda como prêmio após todas as outras atividades serem realizadas. Em nossa primeira aula presencial experimentamos algumas atividades que pelo que pude sentir, perceber em aula e pelo que as colegas relataram nos fóruns, todas consideraram muito agradáveis e divertidas.  Eu já havia brincado de Escravos de Jó de outras formas, mas não em roda como fizemos na aula. No dia seguinte na escola propus para 3 de meus alunos de 2 e 3 anos (meus alunos têm de 1 ano e 6 meses a 3 anos, nem todos se interessam pelas mesmas atividades ao mesmo tempo), logo aprenderam e aos poucos o grupo foi ficando maior. Agora já é uma daquelas atividades que repetimos com frequência. Também tenho visto de maneira diferente quando as crianças se utilizam de alguns objetos, como colheres ou alguns brinquedos para produzir sons. O que antes parecia bagunça hoje vejo como uma experimentação rica em significados e quando isso acontece faço intervenções para ampliar a brincadeira. Outro dia algumas crianças começaram a bater com peças de um jogo no chão, então sugeri marcarmos algumas sílabas de uma música que já conheciam. Fiquei encantada com o resultado, alguns acompanharam direitinho.
Um dos textos que me chamou atenção foi “O canto espontâneo da criança de zero a seis anos: dos balbucios às canções transcendentes” (PARIZZI,2006) mesmo já tendo observado os aspectos descritos no texto, em crianças bem pequenas, não tinha conhecimento de que eram tão carregados de significados, que obedecem um padrão de desenvolvimento e que acontecem com todas as crianças, claro que cada um a seu modo, e de acordo com os estímulos oferecidos.   Observava apenas como exercícios de desenvolvimento da linguagem, desenvolvimento motor ou como uma brincadeira espontânea e não como produção musical.
O que me deixou apreensiva no início do semestre foi que não tinha nenhum conhecimento técnico sobre música, não sei tocar nenhum instrumento e sou uma daquelas professoras que me identifico com a fala citada no texto: “Minha voz, tua voz: falando e cantando na sala de aula”(BELLOCHIO, 2011), muitas vezes digo: “não tenho dom para cantar, minha voz é feia, desafinada...” Só canto com meus alunos pequenos e, em alguns momentos, quando estou sozinha. Algumas dicas do texto já experimentei como gravar minha voz de diferentes formas. Entendi que para trabalhar com música, não se faz tão necessário saber cantar, mas saber ouvir. Não pretendo me tornar uma cantora, mas gostaria de lidar com minha voz e com a música com um pouco mais de segurança e desenvoltura para melhor contribuir para o desenvolvimento de meus pequenos.
O cuidado com a voz do professor abordado pelo filme Minha Voz, Minha Vida, considerei de extrema importância para a saúde do professor. Levei o assunto para minhas colegas de trabalho e tenho percebido que elas estão tomando mais cuidado com o uso da voz e eu também.
Os conhecimentos adquiridos nessa interdisciplina com certeza farão a diferença em minha pratica daqui para a frente. Aprendi e continuarei aprendendo. Os textos da coletânea que já li, considerei muito ricos e sei que muito me beneficiarei deles em minha prática profissional.


Referencias:
BELLOCHIO, C. R. Minha voz, tua voz: falando e cantando na sala de aula. Música na Educação Básica, v. 3, n. 3, p. 56-67, 2011.
PARIZZI, Maria Betânia. O canto espontâneo da criança de zero a seis anos: dos balbucios às canções transcendentes. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 15, 39-48, set. 2006.

Minha Voz, Minha Vida. Direção Deivison Fiuza. Produção Marcos Verdugo. Aranhas Films, 2011. https://www.youtube.com/watch?v=d9e4oHqtIXY    

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