A
autora Ligia Assumpção do Amaral, no texto: “Sobre crocodilos e avestruzes:
falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação” fala sobre
inclusão, dos preconceitos, mitos e barreiras que enfrentamos ao lidar com o
diferente, faz isso através de metáforas e analogias.
Sobre
ser diferente diz que “diferente” é
tudo o que foge a um modelo
Para
avaliar se alguém é diferente costumamos utilizar alguns critérios como
critérios estatísticos, a média ou a
moda, não são esses bons critérios. Critérios estrutural/funcional (biológicos) um pouco mais adequado, segundo a
autora é e o critério de cunho psicossocial como o do tipo ideal, geralmente são padrões idealizados.
Alguns
entraves cercam e dificultam o
trabalho de inclusão. Primeiro os
mitos que cercam a deficiência.
Explica isso fazendo a analogia com os crocodilos. Dizendo que, se pensarmos num castelo medieval cercado por um
fosso com crocodilos esses crocodilos seriam os mitos os preconceitos. O
castelo seria a verdade sobre os fatos, a ponte então seria a oportunidade do
encontro com a verdade. Os Mitos mais comuns quando se fala em
deficiências são generalização indevida, correlação linear, contagio osmótico. Outro
entrave seriam as Barreiras atitudinais intrínsecas (preconceitos agem como
filtros) procurando negar a diferença.
Outra analogia que ela faz é a do
Avestruz, que enfia a cabeça na terra para fugir dos perigos, agimos assim
quando utilizamos mecanismos de defesa para lidar com as deficiências, negando
ou afastando tudo que causa ansiedade, tensão, desconforto.
No texto também são conceituadas
deficiência incapacidade e desvantagem:
Deficiência é
aquilo que anatomicamente está faltando no corpo ou que a sua funcionalidade
não está sendo atendida.
Incapacidade
refere-se
à restrição de atividades, é aquilo que se deixa de fazer por conta da
deficiência.
Desvantagem refere-se
à condição social de prejuízo, é o papel social que não se consegue fazer por
conta da deficiência, da incapacidade, quando faltam condições de interação com
o meio.
E o vídeo “e se fosse ao
contrário” leva a refletir sobre esses conceitos, quando o ambiente é
favorável, adaptado as desvantagens são reduzidas, mesmo quem apresenta
deficiência, tem suas capacidades reveladas. Então é importante que se crie
condições para que todos tenham oportunidades para se desenvolverem ampliando
suas capacidades e potencialidades mesmo nas diferenças.
Muitas vezes nos preocupamos com o
fato de ainda não estarmos preparados para determinada situação, nos apegamos
ao que nos falta deixando que isso nos limite, quando que o mais indicado seria
analisar e administrar o que temos, e estabelecer metas para alcançar o que
necessitamos. Como já vi acontecer na escola ao ser dada a notícia de que
receberíamos um aluno deficiente. Antes de sua chegada já se havia criado um
estereótipo, uma barreira, sem nem ao menos tomar ciência da real situação.
Não
há problema nenhum ser diferente, a deficiência existe e não há problema com
ela. O problema é como que a gente lida com isto, devemos estabelecer o
parâmetro de comparação que deve ser o motivo da nossa reflexão. Como definimos a nós mesmos e como definimos
o outro.
Referência:
AMARAL, Lígia Assumpção. Sobre
crocodilos e avestruzes: falando das diferenças físicas, preconceitos e
superação. In: AQUINO, Julio Groppa (org.). Diferenças e preconceitos na
escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998, p. 11-30.